A Horta Encantada da Rua das Borboletas
Na Rua das Borboletas, os vizinhos decidiram fazer algo diferente: transformar o terreno vazio da esquina em uma horta comunitária. Cada criança ficou responsável por cuidar de uma plantinha.
Lia, que era a mais curiosa da turma, recebeu um punhadinho de sementes de uma senhora misteriosa que apareceu num fim de tarde, com um chapéu florido e um sorriso cheio de rugas. “Plante com carinho”, disse ela, “e veja o que acontece.”
Lia cavou um cantinho especial da terra, regou as sementes todos os dias e falava com elas como se fossem bichinhos de estimação. “Cresçam fortes, tá bom? Eu acredito em vocês!”
Logo começaram a brotar folhas esquisitas: uma cenoura com brilho laranja intenso, uma alface que tremia de leve como se tivesse cócegas e um tomate com formato de microfone!
O primeiro a experimentar foi Pedro. Mordeu uma cenoura e arregalou os olhos: “Eu tô enxergando até as formigas dançando!” — gritou ele, correndo pra mostrar pra mãe onde estava a moeda que ela perdera há dias.
No dia seguinte, foi a vez de Júlia provar a alface. Mal deu a primeira garfada, caiu na gargalhada. Gargalhou tanto que as outras crianças começaram a rir também, mesmo sem saber o motivo.
Mas o mais engraçado foi quando o tomate começou a cantar! Toda vez que alguém se aproximava, ele soltava um "Lááááááá!" bem afinado. “Ele é mais afinado que meu irmão na aula de canto!”, disse Lucas, espantado.
Aos poucos, toda a rua foi tomada por risadas, músicas e surpresas. Os adultos começaram a participar, e a horta virou o ponto de encontro mais animado do bairro.
Muitos anos depois, Lia colheu as últimas sementes mágicas e, com um bilhetinho escrito à mão, colocou-as num envelope e guardou. Um dia pode ser útil novamente.
Moral da história:
Quando cuidamos juntos da natureza, ela cuida da gente de formas mágicas.