A Porta das Meias Perdidas
Um dia, enquanto procurava desesperadamente por uma meia azul de listras amarelas, Nina resolveu espiar no fundo do guarda-roupa. Empurrou um monte de roupas, agachou-se e... viu algo estranho: uma portinha redonda, bem pequena, com dobradiças douradas e uma maçaneta em forma de botão.
Sem pensar duas vezes, Nina girou o botão e entrou. Do outro lado, havia um mundo feito inteirinho de roupas! As árvores eram cabides com vestidos esvoaçantes, as nuvens pareciam algodão de meias felpudas, e o chão... ah, o chão era um tapete bordado com zíperes e retalhos coloridos.
Logo, Nina foi recebida por um grupo curioso: os Soldadinhos de Botão, que marchavam com uniformes de casacos infantis e escudos de colarinho. “Você veio para nos ajudar?”, perguntou o soldado mais enrugado. “O Rei Meião perdeu seu par real, e sem ele, o Reino das Meias está desorganizado!”
Nina ficou intrigada. “Um rei meia com um só pé?”, perguntou, tentando não rir.
“É sério!”, respondeu o soldado. “Quando um pé real some, todas as meias do mundo se perdem nos cestos de roupa. Precisamos de você!”
Guiada pelos Soldadinhos, Nina passou pelos Lençóis Sábios, que contavam histórias antigas em voz baixa enquanto balançavam ao vento, e chegou até a Vila dos Solteirinhos, onde vivia o povo das meias perdidas — uma comunidade alegre, mas incompleta, cheia de meias que perderam seus pares.
Entre elas, Nina reconheceu a sua meia azul com listras! Ela correu, pegou-a com carinho e percebeu que ali, bem ao lado, estava a meia do Rei Meião: uma meia alta, dourada, com um brasão bordado.
“Vocês estavam aqui o tempo todo!”, disse, surpresa.
“Às vezes, o que está perdido não está longe — só está esperando ser notado”, respondeu uma meia anciã.
Nina levou as meias reais de volta ao castelo. O rei, emocionado, fez uma dança de rodopios e agradeceu com uma reverência. Como presente, ele deu a Nina um botão mágico: “Sempre que quiser voltar, é só apertar este botão com o coração curioso.”
Nina voltou pelo armário com um sorriso no rosto — e, é claro, com suas meias combinando de novo.
Moral da história:
Às vezes, basta olhar com atenção para descobrir que a magia está nos lugares mais simples.