O Reino Onde as Cores Sumiram
Era uma vez um lugar chamado Reino Clariluz, onde tudo era tão colorido que até os pássaros cantavam em tons de arco-íris. Lá morava uma menina chamada Isa, que enxergava beleza até nas poças de lama.
Mas, numa manhã cinzenta, algo estranho aconteceu. O céu acordou sem azul, as flores pareciam feitas de poeira e até o vestido vermelho de Isa estava... cinza.
— Mãe, cadê as cores? — perguntou, assustada.
— Deve ser só uma nuvem... — disse a mãe, mas sua voz não tinha muita certeza.
Isa pegou sua lupa e saiu pelo reino. Tudo estava sem cor, sem brilho e, pior, sem sorrisos. As pessoas andavam devagar, sem ânimo, como se o mundo tivesse perdido a graça.
Perto da floresta, Isa ouviu um chorinho baixo. Seguindo o som, encontrou um passarinho escondido atrás de um tronco seco.
— Você também perdeu as cores? — perguntou.
— Eu não… Mas elas, sim - apontou para a floresta. As cores foram embora chorando, uma a uma… — piou o pássaro.
Isa arregalou os olhos. As cores eram vivas? Sentiam tristeza?
— Por que elas foram embora?
— Disseram que estavam cansadas de serem ignoradas. Ninguém mais reparava nelas.
Isa sentiu um aperto no peito. Lembrou de como as pessoas viviam apressadas, sem notar o amarelo do girassol ou o verde novo das folhas.
Determinada, ela teve uma ideia. Subiu na colina mais alta e, com seu estojinho velho de tinta, começou a pintar no céu. Um coração vermelho. Um sol dourado. Uma flor azul.
— Se as cores foram embora porque não eram vistas, vou mostrar que elas fazem falta! — gritou.
Logo, outras crianças subiram com lápis, giz, tinta de dedo. Pintaram muros, calçadas e até o próprio rosto. O reino começou a sorrir.
De repente, o vento soprou colorido. O céu se acendeu de azul clarinho. As flores se esticaram felizes. E o vestido de Isa voltou a brilhar como cereja madura.
Naquela noite, Clariluz parecia uma pintura viva. E, desde então, ninguém mais passou por uma cor sem dizer:
— Que linda você está hoje!
Moral da história:
Quando a gente aprende a enxergar a beleza nas pequenas coisas, o mundo volta a brilhar.