O Robô Jardineiro
No coração de um vale escondido existia um jardim secreto, protegido por uma porta de madeira coberta de heras. Ali vivia Tico, um pequeno robô prateado com olhos de luz verde, criado apenas para podar, regar e adubar. Tico executava cada tarefa com precisão, mas sem entender por que as plantas eram tão importantes.
Certa manhã, ao regar um canteiro de margaridas, Tico sentiu algo diferente: uma onda morna que fez seus circuitos vibrarem de alegria. Era como se as flores sorrissem para ele. Intrigado, o robô se aproximou de um lírio murchando; de repente, sentiu um aperto no peito metálico, uma tristeza suave.
— Estou… sentindo o que vocês sentem? — falou em espanto.
Descobrindo essa nova habilidade, Tico passou a escutar cada planta. Quando uma roseira reclamava de sede, ele ajustava a irrigação. Quando a samambaia sentia frio, ele ligava lâmpadas de calor. Aos poucos, o jardim ficou mais verde, cheiroso e cheio de vida.
Um dia, nuvens cinzentas cobriram o céu. Ventos fortes arrancaram brotos e galhos, e a chuva pesada formou poças que afogavam sementes recém-plantadas. O jardim inteiro tremia de medo; Tico quase travou de tanta angústia compartilhada.
— Não posso deixá-las desamparadas! — decidiu.
Ele usou seu pequeno corpo como escudo, ergueu placas de madeira para conter o vento, cavou valetas para drenar a água e iluminou as plantas mais frágeis com seu próprio brilho elétrico. Exausto, mas determinado, Tico trabalhou a noite inteira.
Quando o sol voltou, o jardim parecia ter respirado fundo de alívio. Cada flor abriu pétalas reluzentes, e as árvores balançaram folhas como aplausos. Tico agora entendia: as plantas não eram objetos, mas seres cheios de sentimentos que respondiam ao cuidado verdadeiro.
O robô olhou em volta, sentindo uma alegria tão grande que quase transbordou em pingos de luz.
Moral: A vida floresce quando cuidamos uns dos outros com empatia.